sábado, 20 de fevereiro de 2010

Como fazer mosaico histórico


mosaico histórico: De Dutra a JK

COMO FAZER UM MOSAICO HISTÓRICO?
1 . Leia o texto e  grife as ideias centrais de cada parágrafo;
2 . A partir das palavras-chave apresentadas no texto pesquise imagens para representá-las.
3 . Sugestão para pesquisar imagens: http://www.google.com/
4 . Sugestão: abra o word ou power point  e salve sua imagens.
5 . Organize as imagens para contextualizá-las de acordo com o texto.
6 . Utilize, se necessário, setas ou legendas, como no exemplo acima.
7 . Abra o paint e cole o seu mosaico; salve no formato jpg.
8 . Publique o mosaico em seu blog.


sábado, 13 de fevereiro de 2010

CARNAVAL NO BRASIL


No Escuta Essa! especial de Carnaval, a prisão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda; mais um capítulo da corrida ao Palácio do Planalto, com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso entrando em cena; e, a palhinha do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Confira os principais assuntos da política nacional e internacional nesta charge política.

Confira e acesse o link http://noticias.uol.com.br/ultnot/multi/2010/02/13/0402983960E4C13326.jhtm?tem-carnaval-na-cadeia-no-palanque-e-na-casa-branca-0402983960E4C13326


BIBLIOTECAS NA INTERNET




A disponibilização dos maiores acervos do mundo na rede
corre o risco de tornar o patrimônio público um monopólio particular
por Fernando Eichenberg, de Paris

Isolado em sua ilha, Robinson Crusoé teria leitura garantida por 30 anos com uma Bíblia de Gutenberg à disposição. Se a obra, no entanto, tivesse sido digitalizada, esse tempo seria reduzido às poucas horas de duração da bateria de seu e-book. Atire um livro do quinto andar de um prédio e, depois da queda, você o terá de volta mais ou menos inteiro. Experimente repetir a experiência com um e-book. Mais um exemplo? Hoje, é possível ler um texto impresso de 500 anos, mas quem garante que o livro eletrônico resistirá a quatro ou cinco anos de existência? As provocativas comparações acima são do escritor e pensador italiano Umberto Eco, para quem o livro é similar a roda, colher, martelo, tesoura ou óculos, que, uma vez inventados, receberam raras melhorias ao longo dos séculos.



O autor do best seller O nome da rosa não é contra as inovações tecnológicas, ao contrário, acredita que o livro eletrônico trará benefícios em diferentes domínios. Um magistrado poderá mais facilmente levar para casa as 25 mil peças de um processo digitalizadas em seu e-book, por exemplo. Será o fim das enciclopédias de 40 volumes, que necessitavam de um cômodo a mais nos lares. As crianças não mais sofrerão de escoliose por causa do peso dos manuais escolares em suas costas, pois terão Molière e a gramática em seus Kindles e similares. Mas, para Eco, nada substituirá o amor pelo objeto livro. “Eu continuo simplesmente a me perguntar se, mesmo com a tecnologia mais adaptada às exigências da leitura, será oportuno ler Guerra e paz (de Liev Tolstói) num e-book”, diz no livro de conversas com o escritor, dramaturgo e roteirista francês Jean-Claude Carrière, Não espere se livrar dos livros (editora Gasset), lançado no final do ano passado.



Para Umberto Eco, a internet não significou uma introdução na civilização das imagens, mas um retorno à era alfabética. “O computador nos reintroduziu na galáxia de Gutenberg e, a partir de agora, todo o mundo se vê obrigado a ler”, conclui. Para ler, é necessário suporte, que não pode ser exclusivamente o computador. “Passe duas horas diante de um computador lendo um romance e seus olhos se tornarão como duas bolas de tênis. Eu tenho em casa óculos Polaroid que protegem meus olhos da leitura contínua na tela”, conta. Dependente da eletricidade, o e-book tem o seu uso dificultado numa banheira e, devido a sua inflexibilidade, na leitura na cama, deitado de lado, argumenta o exigente escritor. “Talvez o livro evolua em seus componentes, talvez suas páginas não sejam mais de papel, mas ele permanecerá tal qual é”, sustenta.



Acordo com o Google

As questões surgidas com o rápido e recente avanço do livro eletrônico vieram acompanhadas de outro debate, mais polêmico e, também, político: a digitalização das bibliotecas. Na origem, está o ambicioso projeto do site de buscas Google de criar uma biblioteca virtual universal, que ganhou adeptos, mas também provocou reações adversas pelo mundo.



O receio é o de que o Google Books, que já digitalizou de 7 a 8 milhões de obras – de um objetivo inicial de 20 milhões –, se constitua como um grande monopólio do patrimônio mundial editorial. Nos Estados Unidos, depois de quatro anos de processos jurídicos e longas negociações, em novembro passado, o Google costurou um acordo com o Sindicato dos Editores Americanos (AAP) e o sindicato de autores, Authors Guild, para a exploração na internet dos milhares de obras já digitalizadas nas bibliotecas americanas. O acerto prevê 37% dos rendimentos referentes à exploração dos títulos divulgados para o site e 63% para autores e editores.







Um “registro de direitos autorais” será criado para distribuir esses dividendos. Os chamados “livros órfãos”, de detentores de direitos autorais desconhecidos, serão administrados por um organismo independente. O acordo aguarda ainda a aprovação da justiça americana, que deverá se pronunciar neste mês de fevereiro.



Na Europa, a investida do gigante americano seduziu alguns – acordos foram estabelecidos com sete bibliotecas do continente – e alertou a desconfiança de outros. Em 2008, a biblioteca municipal da cidade de Lyon, a segunda maior do país, assinou um contrato com o Google para a digitalização de 500 mil obras de domínio público. A custo zero para a biblioteca, as obras estão sendo digitalizadas em um local mantido secreto, a 50 quilômetros da cidade, num ritmo de 2 mil livros por semana. Pelo acordo, o site de buscas se reserva o direito de exploração das obras e de outros delas derivados. O contrato, assinado com cláusula de garantia de sigilo e de exclusividade por um período de 25 anos, teve o acesso liberado pela justiça francesa, que considerou ilegal uma empresa se associar em regime de segredo com uma administração pública.



Jean-Yves Mollier, historiador do livro e da leitura, professor da Universidade Versailles, autor de Para onde vai o livro (ed. La Dispute), vê nessa iniciativa uma ameaça à biblioteca como patrimônio mundial da humanidade. Segundo ele, o perigo está no fato de um site privado obter o controle de exploração das obras. “É algo escandaloso. Trata-se de uma empresa privada que deve remunerar seus acionistas, não faço algum julgamento negativo em relação a isso, mas seu objetivo final é o lucro, e não colocar à disposição do público a biblioteca universal”, diz à Revista da Cultura, em meio às estantes da biblioteca de seu apartamento, nos arredores de Paris.



Para o historiador, o Google jamais teria se lançado nessa aventura se a Biblioteca Nacional da França (BNF), inaugurada em 1998, tivesse cumprido sua meta de digitalizar 1 milhão de livros. Por razões orçamentárias, a digitalização inicial não passou de 70 mil objetos impressos. “O Google teve a inteligência de ver que lá onde o Estado fracassou, um site de buscas poderia fazer o trabalho. Mas é de responsabilidade dos Estados digitalizar seu patrimônio e disponibilizá-lo ao mundo inteiro”, defende.



Segundo ele, o acordo estabelecido nos Estados Unidos também é um erro. Os americanos, em sua opinião, deveriam seguir a proposição de Robert Darnton, historiador dos livros e diretor da Biblioteca da Universidade Harvard: o governo deveria reembolsar o Google por toda a digitalização já feita e se encarregar da administração das bibliotecas virtuais.



Os livros americanos digitalizados, que se tornariam propriedade do Estado, seriam, então, interconectados com outras bibliotecas universais, como a Gallica (BNF), a da Universidade do Québec e equivalentes em demais países. Mas, em vez de um site estatal ou interestatal, Mollier é favorável a um site de buscas por família de línguas: “A língua portuguesa não pertence ao Brasil ou aos habitantes de Macau, a um país ou a uma instituição, mas a todos aqueles que falam o português, morem eles em Paris ou em Pequim. O ideal seria criar um site de buscas lusófono, hispanófono, germanófono, arabófono, e assim por diante, e interconectá-los”. A Unesco, segundo ele, seria o agente lógico desse processo, mas tem contra si a sua lenta burocracia. “A Unesco já começou a pensar nisso. Há um projeto de biblioteca digital universal, mas, devido a sua pesada máquina administrativa, é algo que deverá levar algum tempo para avançar”, diz, pessimista.



Digitais e universais

Os europeus decidiram frear as pretensões do Google e estabelecer suas próprias regras para a criação das bibliotecas digitais, sem descartar, no entanto, uma eventual colaboração com o site americano e outros possíveis parceiros. “A digitalização de livros é uma tarefa colossal, que deve ser pilotada pelo setor público, mas para a qual o apoio do setor privado é necessário”, disse a Comissão Europeia em um comunicado. No mês passado, a comissão de sábios formada pelo Ministério da Cultura francês divulgou seu esperado relatório sobre o complexo tema. Os franceses não fecham as portas para o Google, mas querem manter o controle de seu “patrimônio escrito”.



A comissão propõe a imediata criação de uma plataforma digital público-privada de consulta de obras, na qual editores, livreiros e atores privados da internet (como Google) estariam reunidos no objetivo comum de dar acessibilidade e visibilidade ao maior número possível de livros franceses. A nova plataforma substituiria a atual biblioteca digital Gallica, que hoje conta com 145 mil obras digitalizadas. O relatório sugere também uma troca simples das cópias de arquivos já digitalizados pelo Google e os estocados pelas bibliotecas francesas.



Umberto Eco não resiste às suas provocações intelectuais e especula que mesmo a “formidável invenção” da internet poderá desaparecer no futuro. E cita o exemplo do supersônico Concorde, sumido dos céus após o acidente de Gonesse, em 2000. “A história é realmente extraordinária. Inventa-se um avião que, em vez de oito horas, leva três horas para atravessar o Atlântico. Quem poderia contestar tal progresso? Mas renuncia-se, depois da catástrofe de Gonesse, estimando-se que o Concorde custa muito caro. É uma razão séria? A bomba atômica também custa muito caro!”



Ainda na fase de engatinhar, as bibliotecas digitais universais, no entanto, deverão crescer e ter futuro próspero e duradouro. Aos 62 anos, Jean-Yves Mollier não se autoriza alguma nostalgia. Dubitativo em relação ao e-book, tem a certeza, no entanto, de que as bibliotecas de livros de papel diminuirão de tamanho: “Essas grandes bibliotecas, como as de José Mindlin, no Brasil, pertencem ao passado. Em vez de milhares ou dezenas de milhares, teremos centenas de livros de papel”.



A humanidade continuará a ler, assegura, mas dizer que será majoritariamente no papel é um equívoco. Regressão haverá, aponta, se for negligenciada a apreciação crítica dos textos na tela. A civilização da leitura não está ameaçada, mas a civilização do papel, datada, está com o tempo contado, vaticina: “Vivemos um período de passagem, de corte epistemológico. Ainda pensamos a modernidade com conceitos adaptados do passado. Nessa fase, experimentaremos alguma dificuldade. É difícil ver um universo morrer. Mas não concordo com o discurso de Cassandra. Aceitemos trocar nossos hábitos. Temos de acolher a informática com muita esperança”. ©


TEXTO EXTRAÍDO DA REVISTA DA LIVRARIA CULTURA: http://www2.livrariacultura.com.br/culturanews/rc31/index2.asp?page=materia3

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010